CBOT: Entenda o funcionamento da maior bolsa de Chicago
Volume da bolsa de Chicago ultrapassa a casa de US$1 trilhão por ano, mais de 100 países estão inserid os nas negociações e mais de 50 contratos estão listados. Entenda mais sobre o Mercado de Chicago!
O que é a bolsa de Chicago?
A CBOT (Chicago Board of Trade) é a maior e mais antiga bolsa de opções e futuros do mundo. Foi fundada em 1848 por um grupo de comerciantes de grãos em um bar local de Chicago, que buscavam estabelecer um mercado organizado para negociar contratos futuros de trigo.
Com o tempo, a CBOT expandiu suas operações para incluir outros produtos agrícolas, como milho, aveia e soja. A CBOT foi pioneira na padronização de contratos futuros, garantindo qualidade e entrega, o que atraiu produtores e compradores de todo o mundo.
A bolsa possui uma localização estratégica em Chicago, centro logístico dos EUA, o que facilita o transporte e a entrega da soja para muitas regiões do globo. Além disso, com regras claras de funcionamento e mecanismos de proteção contra fraudes, a CBOT se consolidou como um mercado confiável e de referência na precificação de grãos.
“Cerca de 225 milhões de toneladas de soja são negociadas anualmente no CBOT, o equivalente a cerca de 80% do comércio global da oleaginosa. Ao longo dos anos, a bolsa investiu fortemente em plataformas digitais para facilitar o acesso ao mercado e oferecer novas ferramentas de negociação”, comenta Enrico Manzi, country manager da Biond Agro.
Como funciona a CBOT?
A CBOT não negocia diretamente a soja física, mas sim contratos futuros de cada commodity. Esses contratos funcionam como acordos para a compra e venda da soja em uma data futura específica a um preço pré-determinado. Cada player da cadeia pode utilizar a bolsa para proteger-se contra variação de preços:
- Produtores: utilizam os contratos futuros para garantir um preço mínimo para sua safra futura, protegendo-se contra quedas bruscas;
- Processadores: compram contratos futuros para garantir o fornecimento de soja a um preço fixo para sua produção e, além disso, podem se proteger contra variações nos mercados de farelo e óleo de soja;
- Investidores: buscam lucrar com a flutuação dos preços da soja através da compra e venda de contratos.
Como a B3, a negociação ocorre por meio de um sistema eletrônico onde compradores e vendedores se encontram virtualmente. As ordens de compra e venda tem seu preço influenciados pelo fundamento de oferta e demanda.
O preço final de um contrato é definido por meio de leilões eletrônicos realizados em determinados horários ao longo do dia. A CBOT define padrões de qualidade e quantidade para a soja negociada nos contratos futuros.
A CBOT também oferece contratos de opções, que concedem a opcionalidade de comprar ou vender soja a um preço específico em uma data futura.
“Para garantir o cumprimento dos contratos, os participantes precisam depositar uma margem de garantia, que é um valor inicial, além do ajuste de preço diário, que garante que o preço pactuado nos contratos possam ser cumpridos. Ao se aproximar da data de vencimento do contrato, as posições são liquidadas financeiramente ou por meio da entrega física da soja em armazéns credenciados da Bolsa - embora a maioria seja liquidada financeiramente”, diz Manzi.
O Brasil pode negociar na CBOT?
Na bolsa de Chicago, produtores, comerciantes e processadores brasileiros utilizam contratos futuros de soja para proteger-se contra flutuações de preços. Um produtor nacional pode garantir um preço mínimo para sua safra ao entrar em um contrato futuro de venda de soja, enquanto um comprador pode garantir um preço máximo ao entrar em um contrato de compra.
A Biond Agro analisa a CBOT em métodos diferentes de estratégia:
- Análise fundamental - Oferta e demanda global: A análise da produção global de soja, consumo em diferentes regiões e estoques globais é crucial para entender os movimentos de preços;
- Condições climáticas: Fatores como secas, inundações e temperaturas extremas podem afetar a produção de soja e influenciar os preços.
- Políticas governamentais: Políticas agrícolas, subsídios e acordos comerciais internacionais podem influenciar a oferta e demanda de soja;
- Análise da economia global: O crescimento econômico global, a inflação e as taxas de juros podem influenciar a demanda por soja e seus derivados;
- Análise técnica: A análise técnica de preços das commodities é como um detetive que busca pistas nos gráficos para desvendar possíveis movimentações de preços. Ela usa ferramentas matemáticas e estatísticas para analisar o comportamento passado dos preços e tentar prever o futuro.
“Um trabalho atento às movimentações da CBOT é muito necessário para garantir uma boa gestão ao produtor rural brasileiro. Para se ter ideia, o número de contratos listados na CBOT passa de 50; mais de 100 países são traders na CBOT; e o volume de negociação anual na CBOT ultrapassa a casa de US$1 trilhão”, finaliza Enrico.
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